14 de março de 2008

POETA


Poeta, sim, poeta...
É o meu nome.

Um nome de baptismo
Sem padrinhos...

O nome do meu próprio nascimento...
O nome que ouvi sempre nos caminhos
Por onde me levava o sofrimento...

Poeta, sem mais nada.
Sem nenhum apelido.
Um nome temerário,
Que enfrenta, solitário,
A solidão.
Uma estranha mistura
De praga e de gemido à mesma altura.

Miguel Torga

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