Sala de leitura individual

Aqui podes ler um bom livro!

Exposições

A BE também é um espaço de exposições.

Representação

Na BE é possível assistir a uma boa peça de teatro.

Novas tecnologias

Na BE também se pode utilizar as novas tecnologias da informação e comunicação.

Ouvir música

A BE ajuda a ocupar bem os tempos livres.

20 de dezembro de 2009

Feliz Natal!

A Biblioteca deseja a todos um Feliz Natal e boas leituras.



A Árvore de Natal da Biblioteca, com as mensagens que os alunos escreveram, ficou assim:


18 de dezembro de 2009

Carta ao Pai Natal - Boss AC



in “Ritmo, Amor e Palavras – R.A.P” – 2005

Olá Pai Natal
É a primeira vez que escrevo para ti
Venho de Lisboa e o pessoal chama-me AC
Desculpa o atrevimento mas tenho alguns pedidos
Espero que não fiquem nalguma prateleira esquecidos
Como nunca te pedi nada
Peço tudo duma vez e fica a conversa despachada
Talvez aches os pedidos meio extravagantes
Queria que pusesses juízo na cabeça destes governantes
Tira-lhes as armas e a vontade da guerra
É que se não acabamos a pedir-te uma nova Terra
Ao sem-abrigo indigente, dá-lhe uma vida decente
E arranja-lhe trabalho em vez de mais uma sopa quente
E ao pobre coitado, e ao desempregado
Arranja-lhe um emprego em que ele não se sinta explorado
E ao soldado, manda-o de volta para junto da mulher
Acredita que é isso que ele quer
Vai ver África de perto, não vejas pelos jornais
Dá de comer às crianças ergue escolas e hospitais
Cura as doenças e distribui vacinas
Dá carrinhos aos meninos e bonecas às meninas
E dá-lhes paz e alegria
Ao idoso sozinho em casa, arranja-lhe boa companhia
Já sei que só ofereces aos meninos bem comportados
Mas alguns portam-se mal e dás condomínios fechados
Jactos privados, carros topo de gama importados
Grandes ordenados, apagas pecados a culpados
Desculpa o pouco entusiasmo, não me leves a mal
Não percebo como é que isto se tornou um feriado comercial
Parece que é desculpa para um ano de costas voltadas
E a única coisa que interessa é se as prendas tão compradas
E quando passa o Natal, dás à sola?
Há quem diga que tu não existes, quem te inventou foi a Coca-Cola
Não te preocupes, que eu não digo a ninguém
Se és Pai Natal é porque és pai de alguém
Para mim Natal é a qualquer hora, basta querer
Gosto de dar e não preciso de pretextos para oferecer
E já agora para acabar, sem querer abusar
Dá-nos Paz e Amor e nem é preciso embrulhar
Muita Felicidade, saúde acima de tudo
Se puderes dá-nos boas notas com pouco estudo
Desculpa o incómodo e continua com as tuas prendas
Feliz Natal para ti e já agora baixa as rendas

17 de dezembro de 2009

NOITE DE NATAL

NOITE DE NATAL!

Era noite de Natal, pensei que ia ser uma noite igual às outras, mas não foi… esta foi especial!
Tal como todas as outras noites, tomei banho, vesti a camisa de noite, calcei os chinelos e desci as escadas. Mas, enquanto descia, senti-me leve, muito leve, cada vez mais leve e quando dei por mim estava a sobrevoar a minha casa, escola, tudo!
Dali via-se tudo, nem reparei que estava num trenó, até alguém pousar uma luva aveludada, muito quentinha no meu ombro.
Olhei para trás… e lá estava ele, com um sorriso caloroso, gorducho, todo vestido de vermelho e branco, com os presentes atrás dele. Pensei que era um sonho…
Pousou na minha mão uma coisa muito pequena embrulhada em cetim amarelo dourado, com uma fitinha vermelha. Eu meti-a no bolso ansiosa por abri-la ainda naquela noite mas, cansada, adormeci!
Quando acordei, estava na minha cama e pensei: “foi um sonho”, mas lembrei-me do presentinho que ele me tinha dado. Vi, no bolso, e lá estava ele!
Fui logo contar à minha mãe, mas ela riu-se! Fui contar ao meu pai e ele riu-se! Fui contar ao meu irmão e aos meus amigos, mas todos se riram também! Não levei aquilo a peito, afinal fui eu que o vi e não eles.
Abri o presente e dentro tinha um sininho igual ao das renas voadoras com aquela melodia encantadora, pensei: “Este é o melhor Natal de sempre!”.

Júlia Cardoso Reininho

16 de dezembro de 2009

MENSAGEM DE NATAL


Feliz Natal!
Presenteie com amor e com carinho aquele que precise. Neste Natal, um abraço, um gesto carinhoso, uma palavra de amor valem mais do que muitas coisas. Sinta-se feliz e faça alguém sentir-se feliz, também.
Melhor do que todos os presentes por baixo da árvore de Natal é a presença de uma família feliz.
Um Natal feliz cheio de muitas alegrias e um bom ano de 2010!

Fátima, António, Rosa, Sandra, Joaquim, Nelson, Célia, Carla e Carla Pires (EFA – NS)

15 de dezembro de 2009

5.º A expõe na BE/CRE sobre a Gripe A


Cuidado! Há vírus à solta na Biblioteca.
Mantém-te afastado! Ou então, usa máscara!
Encontram-se expostos na Biblioteca, até à próxima sexta-feira, os trabalhos realizados em Área de Projecto pelo 5.º A, sobre os vírus da Gripe.
Os alunos conseguiram mostrar o lado bem-humorado de um tema, que apesar de sério, motivou muitas brincadeiras e anedotas, tendo levado a cabo uma exposição, que vai de certeza fazer sorrir quem por lá passar.

MENSAGEM DE NATAL

O Natal: que festa divertida, feita em união, uma época especial. No Natal as tradições são muitas. O pinheiro e o presépio, são fantásticos, as luzes que brilham na noite, as bolinhas que cintilam... É lindo! Nas mesas, um bom bacalhau a acompanhar a ceia, nunca falha. As sobremesas, depois de jantar agradável, que delícia: o leite de creme, as rabanadas, os formigueiros, a aletria, e muitas outras. Depois de tanta gulodice e divertimento, a espera com ansiedade, da meia-noite, para abrir os presentes e matar a curiosidade de ver o que está lá dentro. Tudo isto é perfeito, se, nesta festa especial e importante, estamos com a nossa família. No meio de tanto divertimento e contentamento, há, porém, tristeza espalhada pelo mundo. Famílias que nas suas casas, em vez de enfeites e boa comida, têm apenas na mesa um pedaço de pão. Crianças que passam o Natal sozinhas nos hospitais e outras que vagueiam pelas ruas, em condições desprezíveis. Que pena o Natal não ser para todos!

Filipa Saraiva, 6.º C

14 de dezembro de 2009

MENSAGEM DE NATAL


O Natal é um dia de festa para uns e um dia normal e até infeliz para outros.
Há crianças que passam o Natal com as famílias e fazem uma grande ceia, recebem prendas e brincam felizes. É bom ver um sorriso na cara de uma criança!
Mas há outro tipo de Natal, o das crianças pobres. Passam o dia nas ruas, ao frio, espreitando às janelas das casas, vendo as outras crianças felizes e sentindo-se elas tristes.
Acho que no Natal todas as crianças deviam receber prendas e todas deviam estar felizes.

João Miguel, 6.º D

12 de dezembro de 2009

Vem aí o Natal...


O Natal está pertinho, pertinho e a Biblioteca já nos envolve em doce aragem natalícia : música, imagens, brilhos. Gostaríamos, porém de tornar o ambiente ainda mais místico e intimista e, para isso, precisamos da tua ajuda. É simples: escreve uma mensagem de Natal, ilustra-a, entrega-a na Biblioteca e nós colocá-la-emos na árvore de Natal que lá está. Se não tiveres papel à mão, pede-o na recepção. Na próxima semana publicaremos neste blogue as mensagens que formos recebendo. E não esqueças, o essencial do Natal não está debaixo de um pinheiro qualquer, o mais importante do Natal abriga-se no coração de cada um.
Para te inspirar, um poema de Natal de Fernando Pessoa:

NATAL…

Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!

Fernando Pessoa

10 de dezembro de 2009

O Bibliopaper acabou!

É verdade! Mas só por este ano. Para o ano haverá mais.
E acabou em beleza, tal e qual como começou, com a entrega dos diplomas aos grupos vencedores de cada turma. Os professores José Fernando Silva, Maria de Fátima Domingues e Manuel Valentim gastaram alguns minutos das aulas de Língua Portuguesa (agradecemos aos professores da referida disciplina a generosidade do tempo!) e deixaram também um marcador de livro a cada aluno, como recordação desta actividade.


A última turma a ser visitada foi o 5.º F. Esta turma foi premiada também com a declamação do poema "As minhas Asas", de Almeida Garrett, pela professora Fátima Domingues.
Um momento muito apreciado. Note-se a atenção com que os alunos o viveram.


O marcador fará recordar sempre a biblioteca, a entrada numa nova escola e ciclo de estudos e o trabalho de grupo, fundamental para a realização desta actividade, como para muitas outras ao longo da vida.
Parabéns a todos os alunos! Obrigado à professora Fátima Domingues!

Dia Internacional dos Direitos Humanos

10 de Dezembro - Dia Internacional dos Direitos Humanos

«art. 1º- Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.» DUDH (1948- 2009)

Mostra-nos sempre imperfeitos
este dia que revela
os nossos muito defeitos,
já que a justiça do mundo
por igual deve servir
os homens e as mulheres
sem ninguém querer excluir.
E se os direitos são humanos,
da igualdade hão-de fazer
a regra que nos imponha
os princípios a valer,
que são sempre os que mais contam,
aconteça o que acontecer.

José Jorge Letria in O Livro dos Dias

Será que está tudo feito? Um filme para reflectires...

9 de dezembro de 2009

Almeida Garrett

"Este é um século democrático: tudo o que se fizer há-de ser pelo povo e com o povo... ou não se faz." Almeida Garret

Almeida Garrett nasceu no Porto, em 1799, no seio de uma família da burguesia endinheirada e cedo manifestou a sua inteligência. Aos treze anos teria composto a tragédia Xerxes. Aos dezassete ingressou na Faculdade de Direito de Coimbra, onde bebeu os ideais liberais e depressa se arvorou em mentor dos estudantes que ansiavam por reformas sociais e políticas. Terminado o curso, abraça a política e a causa liberal, alternando o exílio e o exercício de altos cargos públicos ao sabor das vitórias e das derrotas dos liberais.
É de sua responsabilidade a reorganização do teatro nacional, devendo-se-lhe a criação do Teatro Nacional D. Maria.
Temperamento ardentíssimo, tal como Carlos (Viagens na Minha Terra) também ele tinha «energia demais, poderes demais no coração», vivendo até idade avançada uma vida sentimental agitada e muito intensa.
Presumido no vestir, procurava dissimular os defeitos físicos, e raras vezes dizia ao certo a idade que tinha. Costumava gabar-se da capacidade de trabalho. Afirmava ter escrito o Frei Luís de Sousa em treze dias, o que levou Ramalho Ortigão a dizer, ironicamente, que Garrett escrevia em algumas horas da noite todo o 1.º acto dessa obra prima e gastava uma manhã inteira a barbear-se e a perfumar-se.
Garrett, considerado o introdutor do Romantismo na literatura portuguesa, cultivou com mestria, as três formas naturais de literatura: lirismo, narrativa e drama e é considerado o introdutor do Romantismo na literatura portuguesa.
Da sua vasta obra destacam-se Romanceiro (recolha de poesias de tradição oral), a peça de teatro «Frei Luís de Sousa», o romance «Viagens da Minha Terra» e a colectânea de poemas líricos «Folhas Caídas».
Almeida Garrett morreu a 9 de Dezembro de 1854.

Um poema simples mas muito bonito, de Almeida Garrett: Barca Bela

Pescador da barca bela,
Onde vais pescar com ela.
Que é tão bela, Oh pescador?

Não vês que a última estrela
No céu nublado se vela?
Colhe a vela, Oh pescador!

Deita o lanço com cautela,
Que a sereia canta bela...
Mas cautela, Oh pescador!

Não se enrede a rede nela,
Que perdido é remo e vela,
Só de vê-la, Oh pescador.

Pescador da barca bela,
Inda é tempo, foge dela
Foge dela Oh pescador!

8 de dezembro de 2009

O 8 de Dezembro e Florbela Espanca

"Eu sou a que no mundo anda perdida"

Foi a 8 de Dezembro (1894) que Florbela Espanca nasceu e foi também a 8 de Dezembro que se casou, pela primeira vez. Foi ainda a 8 de Dezembro (1930) que aos 36 anos pôs termo à vida e ao enorme sentimento de solidão e abandono que lhe foi consumindo a atribulada existência: "De mim ninguém gosta, de mim nunca ninguém gostou...".

De temperamento ardente, Florbela Espanca iniciou-se cedo na poesia, com a mesma tristeza e amargura com que foi desfolhando os magros dias que viveu: "Aos oito anos já fazia versos, já tinha insónias e já as coisas da vida me davam vontade de chorar."
Cultivou o soneto com perícia e em 1919 saiu a lume o seu primeiro livro de poesia, "Livro de Mágoas". Em 1923 vê publicado o "Livro de Soror Saudade" e no ano da sua morte "Charneca em Flor".

Florbela Espanca, por ela própria:
"Eu digo-lhe já como são meus cabelos e meus olhos: os cabelos são negros, mas ainda assim nem tanto quanto a minha alma, pelo menos com o vestido que traz hoje; e os olhos são pardos, sombrios, profundos e maus. Sou pálida, alta e delgada..."

"Vou descrever-lhe desde já meu péssimo carácter: sou triste, imensamente triste, duma tristeza amarga e doentia que a mim própria me faz rir às vezes. É só disto que eu rio, e aqui tem V.Exa. no carácter uma sombra negra, enorme, medonha: a hipocrisia!..."
"...Não conto a ninguém esta tristíssima inferioridade de me sentir exilada de toda a alegria sã, franca; não mostro a ninguém a miséria de inadaptável, de insaciada..."

7 de dezembro de 2009

Recordando Ary dos Santos

O poeta Ary dos Santos, conhecido do grande público como autor de poemas para canções, nasceu a 7 de Dezembro de 1936.
Recordamo-lo, hoje, num poema de homenagem aos resistentes anti-fascistas, lido por ele mesmo.


30 de novembro de 2009

Fernando Pessoa: 75 anos de Mensagem

Ainda ontem te falámos de Pessoa, mas ele é inesgotável...

Hoje, comemoram-se os 75 anos da publicação de Mensagem, de Fernando Pessoa a única obra em língua portuguesa que veio a lume em vida do poeta. O livro foi composto durante um período de mais de vinte anos, entre 1913 e 1934 , o que o consagra como o trabalho de uma vida.

Mensagem é um poema de forte carga simbólica, composto por 44 poemas, que conduz o leitor através do percurso da nação portuguesa. A obra está divida em três partes: "Brasão", onde se canta a fundação e a construção da nacionalidade e se glorificam os seus heróis e os seus mitos, "Mar Português", assente no esplendor de Portugal do período áureo dos Descobrimentos e "O Encoberto" um entrelaçar entre o auge e o declínio, a derrota e a esperança.
Mensagem termina com a exclamação "É a hora!", um apelo à construção do Império do futuro, o Quinto Império, que se encontra para além do material, desligado do espaço e do tempo reais: uma Índia nova, que não há, para onde só se viaja em naus construídas daquilo que os sonhos são feitos
O poema Mensagem não está tão longe de ti, como poderás pensar. Quando citas frases como “Tudo vale a pena se a alma não é pequena” ou “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, estás precisamente a evocar Mensagem. Se pretendes contextualizar esses versos no universo da obra, vai à Biblioteca que Mensagem está lá, à espera que a leias.
Ouve, também, um poema de Mensagem, sem duvida o mais conhecido: O Mostrengo, declamado por João Vilaret.



29 de novembro de 2009

Fernando Pessoa

"Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens." Fernando Pessoa, O Eu Profundo

Quando morreu a 30 de Novembro de 1935, poucos faziam ideia da verdadeira grandeza literária de Fernando Pessoa. O seu nome foi crescendo à medida que foi passando o tempo, após a sua morte, e depois da descoberta de uma simples arca de madeira de onde foram emergindo, como que por magia, milhares de inéditos, manuscritos ou dactilografados, que ultrapassaram todas as expectativas, tanto pela quantidade e qualidade como pela variedade de temas, géneros e estilos.
Hoje, é considerado o maior poeta da língua portuguesa ao lado de Luís de Camões e o seu nome é importante em todo o mundo. Em vida, publicou apenas um livro, Mensagem, e semeou alguns versos e polémicas nos jornais e em revistas literárias. No entanto, a vida do poeta foi dedicada a criar e, de tanto criar, criou outras vidas, desdobrando-se em múltiplos poetas, dando corpo e voz a diferentes estilos e visões do mundo, através de mais de setenta “personalidades fictícias” que atingiram o auge com o assombroso quarteto que haveria de transformar a história da literatura portuguesa: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares, cada um, só por si, merecedor de figurar em qualquer cânone da poesia mundial.

Fernando Pessoa nasceu a 13 de Junho de 1888 numa familia de ascendência "misto de fidalgos e judeus", que prezava a arte e a cultura. Aos sete anos, em virtude do segundo casamento da mãe, foi viver para Durban, África do Sul, onde passou a juventude e teve exigente educação anglófila. Regressou definitivamente a Portugal em 1905 e frequentou a Faculdade de Letras sem, porém, nunca ter terminado o curso. Trabalhou em profissão cuja "designação mais própria será "tradutor", a mais exacta a de "correspondente estrangeiro" em casas comerciais. O ser poeta e escritor não constitui profissão, mas vocação", segundo o próprio. Ao longo da vida conheceu-se-lhe uma única relação amorosa que não vingou porque o seu destino "pertence a outra Lei… a minha vida gira em torno da minha obra literária – boa ou má, que seja, ou possa ser.”

Apesar do porto seguro que sempre teve no seio da família, Pessoa viveu em constante desassossego espiritual e afectivo, atormentado por sucessivas crises de depressão: "Doi-me a vida aos poucos, a goles..."

A solidão e a bebida, companheiras cada vez mais frequentes, iam-lhe minando o espírito e o corpo, "cada vez mais perto do mito, cada vez menos perto de mim".

“I know not what tomorrow will bring” ou “Eu não sei o que o amanhã trará”, foi a última frase escrita pelo poeta, na véspera da sua morte.

Hoje, volvidos 74 anos da morte de Fernando Pessoa, curvamo-nos perante a sua genialidade e convidamos-te a ti, também, a prestar-lhe homenagem ouvindo o Poema do Menino Jesus de Alberto Caeiro/Fernando Pessoa, pela voz de Maria Bethania.

26 de novembro de 2009

"Balada da Neve"

O poeta Augusto Gil morreu a 26 de Novembro de 1929.
Recordámo-lo, com nostalgia, em “Balada da Neve”, um dos mais célebres poemas da literatura portuguesa e que, ao longo do tempo, tem enternecido sucessivas gerações de crianças.
Talvez tu o queiras decorar e, quem sabe, recitá-lo na festa de Natal da escola.


NB - para ouvires a música e veres automaticamente o powerpoint deves clicar na seta verde que está ao centro da barra de comandos do slideshow. Para leres melhor (em ponto maior), podes clicar no último ícone da mesma barra de comandos (Full Screen).

Para nós a Biblioteca é…

Para nós a Biblioteca
É um mundo de sonhos e fantasias sem fim,
Cheio de flores com cheiro a alecrim.
É um espaço educativo
Que nos recebe de braços abertos
E é sempre criativo.

Ana Carolina, Ana Rita, Ana Isabel, Carolina e Ana Sofia – 5º B


Dentro da biblioteca ocorre magia.
Biblioteca é saber,
Ouvir, ver, pesquisar.
É conseguir crescer,
A aprender a brincar.

Beatriz, Maria José, Sérgio, José e Raul – 5ºE

A Biblioteca é um sítio mágico para todos nós, pois podemos “navegar” no mundo dos livros que nos ensinam muitas coisas que desconhecemos.

André, Lucas, Diogo, Nuno e Luís – 5º E

Para nós a Biblioteca é onde damos asas à imaginação. A recepção é o caminho para os sonhos, a zona de leitura individual é o lugar onde entramos no mundo dos sonhos. A zona multimédia é o lugar onde navegamos no mar da imaginação. A Biblioteca é o lugar onde os sonhos se realizam,
Alexandra, Beatriz, Gabriel, Inês e José – 5ºA

A Biblioteca é um sítio mágico para todos nós, pois podemos “navegar” no mundo dos livros que nos ensinam muitas coisas que desconhecemos.

André, Lucas, Diogo, Nuno e Luís – 5º E


Para nós a Biblioteca é um paraíso. Podemos ver filmes, ouvir música, trabalhar nos computadores e ler livros. A Biblioteca é o nosso espaço preferido.

Paulo, Bruno, Diogo, Catarina e Márcia – 5ºA

Na biblioteca podemos ler, ver filmes, ouvir música… é um espaço de amor, liberdade, sonho, fantasia e bem-estar. É muito divertido estar na Biblioteca. É fixe!

Maria, Daniel, Pedro e Helena – 5º A


A Biblioteca é um sítio de multimédia, de pesquisa, de leitura. A Biblioteca é um espaço onde nos recebem com amor, carinho e com muita simpatia, tal como aqueles que gostam de nós e nos recebem de braços abertos.

Ana Pedroso, Ana Barbosa, Ana Azevedo e Bruna – 5º I

O BAILE NA BIBLIOTECA

25 de novembro de 2009

Eça de Queirós

A 25 de Novembro de 1945, nasceu José Maria de Eça de Queirós, um dos maiores escritores da lusofonia.

24 de novembro de 2009

24 de Novembro - Dia Nacional da Cultura Científica

"Estimular é saber tirar proveito das coisas, saber encantar, digamos, pôr as coisas em relevo, mesmo as coisas insignificantes (...) Tornar pensáveis as coisas habituais que não se pensam." Rómulo de Carvalho/António Gedeão (1906-1997)

O Dia Nacional da Cultura Científica, 24 de Novembro, foi instituído em 1997 para comemorar o nascimento de Rómulo de Carvalho e divulgar o seu trabalho na promoção da cultura científica e no ensino da ciência.

A vida e obra de Rómulo de Carvalho são o paradigma acabado da simbiose perfeita entre o rigor da cultura científica e a magia da palavra da cultura humanista.
Homem multifacetado, historiador, divulgador da ciência, pedagogo, professor, dedicou-se com intensa devoção à investigação científica e, com igual fervor, invocou as musas da literatura. O gosto pelas letras revelou-se precocemente. Aos cinco anos escreveu os primeiros poemas e aos dez decidiu completar "Os Lusíadas" de Camões, porém, a atracção pelo lado experimental e pragmático da vida levou-o a formar-se em Ciências Físico-Químicas. A par da carreira de professor dedicou-se à investigação e divulgação científicas, tendo deixado vasta obra neste campo.
Embora o fascínio pela palavra poética o tenha acompanhado durante toda a sua vida, só aos 50 anos, após ter participado num concurso de poesia, publicaria o seu primeiro livro de poemas, “Movimento Perpétuo”. A obra literária de António Gedeão (poética, novelística, teatral e ensaística) encontra-se reunida em "Obra Completa - António Gedeão".
Se és frequentador habitual deste blogue e da Biblioteca, somos fãs de António Gedeão, de certeza que já “tropeçaste” em algum dos seus poemas: “Lágrima de Preta”, “Pedra Filosofal", “Arma Secreta”...


Hoje, para o homenagear, deixamos-te Rómulo de Carvalho a dizer "Poema para Galileu" de Gedeão, o seu pseudónimo literário.






21 de novembro de 2009

Novas do bibliopaper "À Descoberta da Biblioteca"!


Olá, meninas e meninos do 5º ano!
Hoje vimos dar notícias do bibliopaper, “À Descoberta da Biblioteca”, que realizaram em finais de Outubro.
Antes de mais, queremos dar os parabéns a todos, pois que todos se portaram lindamente. Estamos certos de que se divertiram enquanto aprenderam e de que já se movem na Biblioteca com perfeito à vontade. Então, divulgamos agora o grupo e respectivos elementos, de cada turma, que conquistaram o primeiro lugar. Assim:

Resultados do Bibliopaper - 2009

5.º A - Grupo 2
Alexandra Dourado, Beatriz Araújo, Gabriel Graça, Inês Pimenta e José Silva

5.º B - Grupo 2
André Pinheiro, Rúben Oliveira, Diogo Gonçalves e Francisco Malheiro

5.º C - Grupo 1
Alexandre Martins, Ana Catarina Caridade, António Fernandes, Catarina Mota e Emy Gervais

5.º D - Grupo 1
Rui Alberto Sousa, Nuno Filipe Vieira, Rafael Fernandes, João Pimenta e José Gama

5.º E - Grupo 4
Beatriz Torres, Maria José Cunha, Sérgio Araújo, José Silva e Raul Rodrigues

5.º F - Grupo 1
João Nuno Gouveia, Hugo Abreu, João Marcelo Pedroso, Catarina Rodrigues e Joana Soares

5.º G - Grupo 2
João Manuel Leão, Bruna Esteves, Vânia Filipa Lima, Sara Gomes e Ana Margarida Alves

5.º H - Grupo 5
Angelina Ferreira, Ana Rita Azevedo, Ana Margarida Ramos, Rute Andreia Sousa e Sara Oliveira

5.º I - Grupo 3
Filipe Fernandes, Inês Mendes, Inês Alves, Jéssica Oliveira e João Sousa

Parabéns aos vencedores! Os diplomas ser-lhes-ão entregues brevemente.

Vejam, agora, um vídeo que conta a história de uma menina que não gostava de livros, mas acaba por descobrir o prazer de ler.

20 de novembro de 2009

Convenção sobre os Direitos da Criança

Celebra-se, hoje, 20 de Novembro, o vigésimo aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança aprovada por unanimidade, pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1989.
A Convenção enuncia um amplo conjunto de direitos fundamentais de todas as crianças, assim como as respectivas disposições para que sejam aplicados.
A Convenção sobre os Direitos da Criança é o tratado internacional sobre direitos humanos mais reconhecido da história, tendo sido assinado por 193 países. Apenas, os Estados Unidos da América (por imposições legais próprias) e a Somália, ainda não a ratificaram. Portugal subscreveu a Convenção em 21 de Setembro de 1990.

Não obstante...



16 de novembro de 2009

Dia Internacional da Tolerância

“Sendo que eu sou imperfeito e necessito da tolerância e da bondade dos outros, também hei-de tolerar os defeitos do mundo, até que possa encontrar o segredo que me permita remediá-lo.” Mahatma Gandhi

Hoje é dia de celebrarmos a TOLERÂNCIA.
O Dia Internacional da Tolerância foi instituído a 16 de Novembro de 1995, pelos Estados Membros da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) que, “alarmados pela intensificação actual da intolerância, da violência, do terrorismo, da xenofobia, do nacionalismo agressivo, do racismo, do anti-semitismo, da exclusão, da marginalização e da discriminação contra minorias nacionais, étnicas, religiosas, (…)”, proclamaram a Declaração de Princípios sobre a Tolerância.

Se passares, hoje, na Biblioteca, podes fazer um teste para saberes se és tolerante. Oferecemos-te, também, um dos poemas que por lá estão "estendidos" e que de algum modo se relacionam com os valores da tolerância. Atenção: a molinha que os segura, não é para levar...

Desejamos-te um bom Dia da Tolerância e deixamos, aqui, imagens e palavras para reflectires sobre este tema.


15 de novembro de 2009

Dia Nacional da Língua Gestual

Comemora-se hoje o Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa (LGP) que tem o seu alfabeto manual.



A quem vive nesse "mundo do silêncio" dedicamos, hoje - dia da língua gestual, o poema "As Mãos", de Manuel Alegre.

Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.


Um video (apesar de publicitário) fantástico...

10 de novembro de 2009

No dia seguinte...

Ontem, passados vinte anos, reviveu-se, um pouco por todo o mundo, a memorável noite de 9 de Novembro de 1989, a noite em que o Muro de Berlim ruiu e com ele a velha ordem mundial, representada pelo antagonismo entre o capitalismo americano e o comunismo soviético.
Ontem, os senhores do mundo acorreram a Berlim para, em cerimónia simbólica e emotiva, comemor “in loco” a incrível noite de 9 de Novembro de 1989.
Ontem, na Biblioteca da nossa escola, lembrámos a noite de liberdade projectando no “muro inscrito” na parede da recepção as imagens que há 20 anos mudaram o rumo da história do mundo.
Ontem, todos fomos um pouco berlinenses como o foi, um dia, o Presidente Kennedy.
Ontem, na euforia da celebração, quase nos esquecemos que há outras barreiras ao redor do mundo que é urgente derrubar.
Hoje, no dia seguinte, fixamo-nos e propomos reflexão sobre outros muros, também eles “muros da vergonha”, que em nome da estabilidade e da segurança, oprimem, dividem, isolam, segregam…


"O céu ao menos não tem muros e as aves não riscam fronteiras nem põem vidros partidos nas nuvens..." José Gomes Ferreira


6 de novembro de 2009

Simplesmente Sophia

Dizemos «Sophia» como se esta palavra fosse sinónimo absoluto de poesia.
Dizemos «Sophia» e a nossa memória enche-se do som que as palavras têm.
Dizemos «Sophia» e de repente o ar é límpido, as águas transparentes, há sempre uma casa na falésia e o sol faz rebentar o calor na cal das paredes.
Dizemos «Sophia» e todas as flores e todos os peixes têm nome, e as crianças tornam-se mais ricas quando os encontram.
Dizemos «Sophia» e não precisamos de dizer mais nada.


Alice Vieira

Nasceu no Porto a 6 de Novembro de 1919. Faria hoje 90 anos.
Não carece de grandes apresentações: nome maior da literatura portuguesa, a primeira mulher a receber o Prémio Camões, poeta, contista, tradutora, de voz inteira e vertical que tão exemplarmente cumpriu, tanto na obra como na vida. Falamos, evidentemente, de Sophia de Mello Breyner Andersen para todos simplesmente Sophia.
Prestamos-lhe, hoje, tributo num entrelaçar de sonoridades de palavras limpas e cristalinas, as suas próprias palavras, a palavra essencial de Sophia.



Biografia

Tive amigos que morriam, amigos que partiam
Outros quebravam o seu rosto contra o tempo.
Odiei o que era fácil
Procurei-te na luz, no mar, no vento.

É-me necessário fazer versos, é-me vedado saber porquê.
Poesia é a minha explicação com o universo, a minha convivência com as coisas, a minha participação no real, o meu encontro com as vozes e as imagens.

O poema me levará no tempo
Quando eu já não for eu
E passarei sozinha
Entre as mãos de quem lê

O poema alguém o dirá
Às searas

Sua passagem se confundirá
Como rumor do mar com o passar do vento

O poema habitará
O espaço mais concreto e mais atento

No ar claro nas tardes transparentes
Suas sílabas redondas

(Ó antigas ó longas
Eternas tardes lisas)

Mesmo que eu morra o poema encontrará
Uma praia onde quebrar as suas ondas
E entre quatro paredes densas.

Na minha infância, antes de saber ler, ouvi recitar de cor um poema tradicional português, chamado Nau Catrineta.
Tive a sorte de começar pela tradição oral, a sorte de conhecer o poema antes de conhecer a literatura.
Era, de facto, tão nova que nem sabia que os poemas eram escritos por pessoas, mas julgava que eram consubstanciais ao universo, que eram a própria respiração das coisas, o nome deste mundo dito por ele próprio.
Pensava também que se conseguisse ficar completamente imóvel e muda em certos lugares mágicos do jardim, eu conseguiria ouvir um desses poemas que o ar continha em si.

Aqui me sentei quieta
Com as mãos sobre os joelhos
Quieta muda secreta
Passiva como os espelhos

Musa ensina-me o canto
Imanente e latente
Eu quero ouvir devagar
O teu súbito falar
Que me foge de repente.

A poesia não me pede propriamente uma especialização pois a sua arte é a arte do ser. Também não é tempo ou trabalho o que a poesia me pede. Nem me pede uma ciência, nem uma estética, nem uma teoria. Pede-me antes a inteireza do meu ser, uma consciência mais funda do que a minha inteligência, uma fidelidade mais pura do que aquela que eu posso controlar. Pede-me que viva atenta como uma antena, pede-me que viva sempre, que nunca durma, que nunca me esqueça. Pede-me uma obstinação sem tréguas, densa e compacta.

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Aquele que vê o espantoso esplendor do mundo é levado a ver o espantoso sofrimento do mundo.

Esta gente cujo rosto
às vezes luminoso
E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre

Pois gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome

E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada

Meu canto se renova.

A poesia é das raras actividades humanas que, no tempo actual, tentam salvar uma certa espiritualidade. A poesia não é uma espécie de religião, mas não há poeta, crente ou descrente, que não escreva para a salvação da sua alma – quer a essa alma se chame amor, liberdade, dignidade ou beleza.

Pudesse eu não ter laços nem limites
Oh vida de mil faces transbordantes
P'ra poder responder aos Teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.

A cultura é uma das formas de libertação do homem. Por isso, perante a política, a cultura deve sempre ter a possibilidade de funcionar como antipoder. E se é evidente que o Estado deve à cultura o apoio que deve à identidade de um povo, esse apoio deve ser equacionado de forma a defender a autonomia e a liberdade da cultura para que nunca a acção do Estado se transforme em dirigismo.

Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que nem podem sequer ser bem descritas.

Os meninos da nossa escola, como tantos outros, também se espantam com os contos com que Sophia, um dia, embalou os sonhos de seus filhos: A Menina do Mar, A Fada Oriana, A Floresta, O Cavaleiro da Dinamarca…

Comecei a inventar histórias para crianças quando os meus filhos tiveram sarampo… Primeiro, contei todas as histórias que sabia. Depois, mandei comprar alguns livros que tentei ler em voz alta. Mas não suportei a pieguice da linguagem nem a sentimentalidade da "mensagem"; uma criança é uma criança, não é um pateta. Atirei os livros fora e resolvi inventar. Procurei a memória daquilo que tinha fascinado a minha própria infância.





Feliz aquela que efabulou o romance
Depois de o ter vivido
A que lavrou a terra e construiu a casa
Mas fiel ao canto estridente das sereias
Amou a errância, o caçador e a caçada
E sob o fulgor da noite constelada,
À beira da tenda, partilhou o vinho e a vida.


31 de outubro de 2009

Entrevista a Leão Tolstoi

A entrevista representada, baseada nos momentos mais importantes da vida de Leão Tolstoi, aquando da peça teatral "Babine, o parvo". Leão Tolstoi também é conhecido por Liev Tolstói, León Tolstói e Leo Tolstoy.
Se colocares o cursor sobre as margens do livro, aparecerá um dedo indicador. Se o moveres para a direita ou para a esquerda ele também mudará de direcção. Quando clicares, o dedo indicador mudará a página. Diverte-te e aprende com Leão Tolstoi!
Entrevista Leon Tolstoi

25 de outubro de 2009

Pensamento da Semana

A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos. Fernando Pessoa

POEMA da SEMANA

Bucólica

A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;

De casas de moradia
Caiadas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;

De poeira;
De sombra duma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai a erguer uma videira
Como uma Mãe que faz a trança à filha.

Miguel Torga

23 de outubro de 2009

À descoberta da Biblioteca

Terminou hoje, 23 de Outubro, o bibliopaper "À descoberta da Biblioteca". Durante as duas últimas semanas todas as turmas do 5.º ano participaram nesta actividade.
As professoras de Língua Portuguesa contribuíram para o sucesso da actividade quando, nas suas aulas, prepararam os grupos, distribuíram as tarefas e ajudaram os alunos a interpretar o Regulamento da Biblioteca.
Durante o bibliopaper, os alunos realizaram várias actividades nos diversos espaços da BE/CRE: recepção, sala de leitura individual e sala multimédia.
O segredo do sucesso da actividade esteve no trabalho de preparação realizado pela dedicada e perfeccionista prof. Fátima Domingues. A simpatia das assistentes operacionais (funcionárias) também foi comprovada. O entusiasmo dos alunos pode ser visto no seguinte slideshow.



21 de outubro de 2009

Alfred Nobel

Celebraria hoje o seu aniversário o homem que deu vida aos prémios da paz e que, por ironia do destino, dedicou toda a sua vida à investigação e produção industrial de explosivos. Falamos, evidentemente, de Alfred Nobel.

 Nasceu em Estocolmo (Suécia), em 21 de Outubro de 1833, onde morreu a 10 de Dezembro de 1986.
Quando tinha 4 anos foi viver para a Finlândia e mais tarde mudou-se para S. Petersburgo, na Rússia. Nesta cidade, tanto Alfred como os irmãos receberam uma educação muito completa, que incluía Ciências, Línguas e Literatura. Assim, aos 17 anos, já falava muito bem sueco, russo, inglês e alemão.
Cedo começou a demonstrar interesse pela literatura e pela química, pelo que o pai o enviou para o estrangeiro para ganhar experiência em Engenharia Química. Durante um período de apenas 2 anos, visitou a Alemanha, a França e os EUA.
Dedicou-se à investigação do sector da química, que serviria mais tarde para a descoberta e confecção de explosivos de que as empresas do pai necessitavam para prosseguirem a sua actividade.
O mais importante invento de Alfred Nobel foi a dinamite, registado definitivamente em 1875.
Consciente de que os seus inventos na área dos explosivos foram a causa de várias guerras e destruições, Alfed Nobel tentou emendar a mão, redigindo, pouco antes de morrer, um testamento onde estipulava os célebres prémios monetários destinados a galardoar aqueles que mais se distinguissem nas áreas da física, química, medicina, literatura e paz.
Depois da sua morte, criou-se a Fundação Nobel, 1900, que controla os montantes dos prémios e algumas instituições, como a Real Academia Sueca das Ciências, que os entrega. O Espírito da atribuição dos prémios era, para Alfred Nobel, permitir a prosperidade, a investigação científica e a luta contra as doenças. Insistiu também na importância da literatura como fonte de enriquecimento humano.
Os Prémios Nobel são, indiscutivelmente, os mais prestigiados prémios mundiais. Os primeiros foram entregues em 1901, cinco anos após a morte do seu patrocinador. O vencedor do Prémio Nobel recebe uma medalha Nobel em ouro e um diploma Nobel. A importância do prémio varia segundo as receitas da Fundação obtidas nesse ano.
Apenas dois portugueses receberam Prémios Nobel: Egas Moniz (Prémio Nobel da Medicina, em 1949) e José Saramago (Prémio Nobel da Literatura, em 1998).
Ramos Horta e D. Ximenes Belo recebem o Prémio Nobel da Paz pelo seu trabalho em Timor-Leste.
Receber um Prémio Nobel é considerado como uma das maiores honras que uma pessoa pode ter. E foi com a ideia de criar estes prémios com o seu nome que Nobel se conseguiu livrar de ser conhecido como "o homem que fazia muitas explosões".
Para conheceres mais, clica aqui.

18 de outubro de 2009

Pensamento da Semana

“Todas as pessoas grandes foram um dia crianças. (Mas poucas se lembram disso).” Antoine de Saint-Exupéry, O Principezinho

POEMA da SEMANA

O "Poema da Semana" desta semana é dedicado às meninas e aos meninos do 5ºano que continuam "À Descoberta da Biblioteca".


Não saibas: imagina...

Não saibas: imagina...
Deixa falar o mestre, e devaneia...
A velhice é que sabe, e apenas sabe
Que o mar não cabe
Na poça que a inocência abre na areia.


Sonha!
Inventa um alfabeto
De ilusões...
Um a-bê-cê secreto
Que soletres à margem das lições...
Voa pela janela
De encontro a qualquer sol que te sorria!
Asas? Não são precisas:
Vais ao colo das brisas,
Aias da fantasia...


Miguel Torga

16 de outubro de 2009

Adriano Correia de Oliveira

Adriano Correia de Oliveira morreu a 16 de Outubro de 1982, mas a sua voz não se calou. Recordámo-lo num poema de exílio e resistência de Manuel Alegre, “Trova do Vento que Passa".

Investimento inteligente

Diego Valeri é um jogador de futebol diferente. Adora ler. O seu passatempo preferido é ler. Anda sempre com livros e quando tem tempo lê sempre. A sua alcunha?
Chamam Bibliotecário a Valeri. O médio argentino gosta de ler e um jogador de futebol que gosta de ler é mais ou menos como um intelectual que cruza bem com o pé esquerdo: uma raridade. Os mais apressados dirão que ler não lhe garante nenhuma vantagem quando tem de fazer um passe, ou quando precisa de driblar um adversário, ou quando é preciso assistir um companheiro, ou, até, quando se impõe rematar, mas tenho para mim que os melhores jogadores são sempre os mais inteligentes, os que para além da técnica e do físico, têm a imaginação suficiente para adivinhar caminhos onde os outros só conseguem ver obstáculos. E se é preciso treinar os músculos para que eles se desenvolvam, é preciso treinar o cérebro para que ele não atrofie, para que não se atrapalhe perante os obstáculos e para que seja capaz de fintar os problemas. Sim, um cérebro habituado a trabalhar pode ser muito útil até para um jogador de futebol e é por isso que o FC Porto insiste que os jogadores que estão na Casa do Dragão tenham aproveitamento escolar. Por isso e porque o cérebro envelhece mais devagar e o futebol não dura para sempre...
Jorge Maia (jornalista), in O jogo,
de 13 de Outubro de 2009

15 de outubro de 2009

Recordar Manuel da Fonseca

Digam à minha neta! Digam que ela tem razão!..."Um homem só, não vale nada." (Manuel da Fonseca)


Hoje é dia de recordar Manuel da Fonseca, um dos valores inquestionáveis da literatura portuguesa. Nasceu em Santiago do Cacém, a 15 de Outubro de 1911, e morreu em Lisboa, em Março de 1993.
Poeta, contista, romancista e cronista, alentejano de alma e coração, fez da escrita uma arma de intervenção política e social: «Escrevo por ser do contra, por ver nas palavras um berro humano».
A sua obra, tanto a poética como a narrativa, é um grito de protesto e revolta contra os opressores e um apelo à solidariedade para com os mais desfavorecidos e à fraternidade universal.



Ansiedade

Quero compor um poema

onde fremente
cante a vida
das florestas das águas e dos ventos.

Que o meu canto seja
no meio do temporal
uma chicotada de vento
que estremeça as estrelas
desfaça mitos
e rasgue nevoeiros — escancarando sóis!

Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"



RECOMENDAMOS E PODES LER NA BIBLIOTECA:

O Fogo e as Cinzas (1951) - um belíssimo conjunto de contos, envolvidos pela atmosfera típica da vida e das gentes do Alentejo - "terra bravia de fomes".

O LARGO
, um dos contos de O Fogo e as Cinzas, narra as inevitáveis transformações e o progresso que se instala com a chegada do comboio a uma vila alentejana: os ferreiros desceram a operários…, os homens separaram-se..., as crianças dividiram-se..., as mulheres cortaram os cabelos, pintaram a boca e saem sozinhas…

Começa assim:
Era o centro da Vila. Os viajantes apeavam-se da diligência e contavam novidades. Era através do Largo que o povo comunicava com o mundo. Também, à falta de notícias, era aí que se inventava alguma coisa que se parecesse com a verdade. O tempo passava, e essa qualquer coisa inventada vinha a ser a verdade. Nada a destruía: tinha vindo do Largo. Assim, o Largo era o centro do mundo.



De Manuel da Fonseca ainda podes ler na Biblioteca:
Aldeia Nova (contos), 1942
Tempo de Solidão (contos), 1973

11 de outubro de 2009

Pensamento da Semana

"O melhor do mundo são as crianças." Fernando Pessoa

Poema da Semana

O poema desta semana é dedicado às meninas e aos meninos do 5º ano que durante esta semana vão partir "À Descoberta da Biblioteca".




A Mão Cheia de Sonhos

- Raul,
Que trazes na mão fechada?
- Trago sonhos, professor,
Que respeito com muito amor!
Sonhos, que lindos que são.
São sonhos que trago na minha mão.

- Serão berlindes de vidro
Ilusão de encantar?
- Deixa-me ver, Raul,
Eu também quero sonhar…

E abrindo os dedos,
Na palma da mão
Um grilinho empertigado
Ajeitou-se e cantou a canção:
Grigri! Gigri!

- Oh! São sonhos, Raul,
Lá isso é que são,
São sonhos que trazes na tua mão.


Armindo Reis, A Mão Cheia de Sonhos

10 de outubro de 2009

A Maior Flor do Mundo

“E se as histórias para crianças passassem a ser de leitura obrigatória para os adultos? Seriam eles capazes de aprender realmente o que há tanto tempo têm andado a ensinar?”
José Saramago, in A Maior Flor do Mundo

Em maré de Prémio Nobel, apetece recordar o nosso, o último (só tivemos dois…), José Saramago, Prémio Nobel da Literatura - 1998, num livro delicioso: A Maior Flor do Mundo. A Maior Flor do Mundo conta a história de um menino que salta de “árvore em árvore como um pintassilgo” e que faz nascer a maior flor do mundo. Começa assim:

“As histórias para crianças devem ser escritas com palavras muito simples, porque as crianças, sendo pequenas, sabem poucas palavras e não gostam de usá-las complicadas. Quem me dera saber escrever essas histórias, mas nunca fui capaz de aprender e tenho pena. Além de ser preciso escolher as palavras, faz falta um certo jeito de contar…”.

O livro termina com um desafio: “Quem sabe se um dia virei a ler outra vez esta história, escrita por ti que me lês, mas muito mais bonita?...”

E tu, não queres ler este livro fantástico? Aparece na Biblioteca que ele lá está, à tua espera, à espera que vás descobrir toda a aura de beleza e poesia que o envolve.

A curta-metragem de animação que apresentamos foi adaptada do livro, A Maior Flor do Mundo, e conta com a voz do próprio Saramago. É pena que seja em espanhol...


9 de outubro de 2009

Jonh Lennon

Jonh Lennon nasceu a 9 de Outubro de 1940... Ouçam e não digam que não gostam!

Barack Obama - Prémio Nobel da Paz, 2009


O mundo recebeu hoje, com surpresa, a notícia da atribuição do Prémio Nobel da Paz, 2009, a Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América.
Segundo a Academia, Obama foi premiado pelo «extraordinário esforço» no «fortalecimento da diplomacia» e para a cooperação internacional. “Enquanto presidente, Obama criou um clima diplomático multilateral e recentrou o papel da Nações Unidas. Ele privilegia o dialogo e as negociações para resolver os conflitos mais difíceis”.
BaracK Obama, que também ficou "surpreendido" com a distinção, declarou: “Não sinto que mereça estar na companhia de tantas figuras transformadoras que foram honradas por este prémio”. Pois, então, faça por merecer, Senhor Presidente, para que possamos passar da estupefacção ao aplauso!

Prémio Nobel da Literatura - 2009

Como tradicionalmente acontece na primeira quinta-feira de Outubro, a Real Academia Sueca das Ciências anunciou a atribuição do Prémio Nobel da Literatura, 2009, a Herta Mueller, escritora alemã de origem romena. A Academia justificou a sua escolha pela “densidade da poesia e a franqueza da prosa” retratando o «universo dos desapossados».
Em Portugal foram publicados dois livros da autora: “O homem é um grande faisão sobre a terra” (Cotovia, 1993) e “A terra das ameixas verdes” (Difel, 1999).
Apesar de desconhecida do grande público, parece que os críticos dão por bem entregue o prémio.

7 de outubro de 2009

Dia Nacional dos Castelos

Por iniciativa da Associação Portuguesa dos Castelos, comemora-se hoje, o Dia Nacional dos Castelos.
Os castelos, testemunhos mudos da memória colectiva, constituem valorosa referência na construção da identidade cultural e histórica de um povo. Pena que alguns não sejam mais do que um amontoado de pedras, votados ao abandono por quem deveria, antes, esforçar-se por garantir que essa memória jamais seja apagada.
Convidamos-te, então, a fazer uma visita virtual a alguns dos mais emblemáticos castelos de Portugal.

5 de outubro de 2009

Para ti, Professor...

Uma página do Diário de Sebastião da Gama...

Cada vez me apetece menos classificar os rapazes, dar-lhes notas, pelo que eles "sabem". Eu não quero (ou dispenso) que eles metam coisas na cabeça; não é para isso que eu dou aulas. O saber – diz o povo – não ocupa lugar; pois muito bem: que eles saibam, mas que o saber não ocupe lugar, porque o que vale, o que importa (e para isso pode o saber contribuir e só contribuir) é que eles se desenvolvam, que eles cresçam, que eles saibam "resolver", que eles possam "perceber". (...) Diário, Sebastião da Gama




4 de outubro de 2009

Pensamento da Semana

"O homem é do tamanho do seu sonho." Fernando Pessoa

Poema da semana

O SONHO

Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria, ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
Partimos. Vamos. Somos.

Sebastião da Gama

3 de outubro de 2009

OUTUBRO - Mês Internacional da Biblioteca Escolar

Em substituição do "Dia Internacional da Biblioteca Escolar", a IASL (International Association of School Librarianship) criou o "Mês Internacional das Bibliotecas Escolares" que é celebrado, desde 2008, no mês de Outubro de cada ano. "Bibliotecas Escolares: Um Panorama" é o tema proposta pela IASL, para este ano.

Como é habitual, a Biblioteca da nossa escola vai celebrar esta efeméride desenvolvendo um conjunto de actividades de entre as quais se destaca o “Bibliopaper – À Descoberta da Biblioteca”, em que participarão todos os alunos do 5º ano.

Aproveitem, então, este mês para conhecer melhor a nossa Biblioteca e descobrir tudo o que ela tem para oferecer.